terça-feira, 22 de abril de 2014

A hora de ir dormir é um pesadelo?


                                   
                                    

A hora de deitar para muitas crianças é sempre muito complicada, sentem receios, medo, dores, fome, fazem birras, tais como, não querem lavar os dentes, não querem ficar sozinhas no quarto, nesses momentos fazem de tudo para adiar esse momento. 

Este tipo de comportamentos são mais problemáticos do que se pensa e nos casos em que ocorrem com muita frequência, podem contribuir para o inicio de distúrbios do sono*

É preciso criar bons hábitos de sono o mais cedo possível! 

Hábitos para ajudar a dormir melhor:
- Jantar cedo;
-Banho relaxante;
- Deitar sempre à mesma hora;
- Firmeza na hora de ir dormir;
-Não deve ter televisão no quarto ou deve estar desligada na hora em que se prepara o ritual do deitar;
- Contar ou ler uma história, mas que não sejam violentas;
- Dormir com um boneco macio pode sossegar;
- Devem ser habituados a dormir sozinhos na sua cama desde bebés;
-Evite correrias e brincadeiras estimulantes depois do jantar.

No caso das queixas persistirem, peça ajuda psicológica para que a criança possa ser avaliada e ajudá-la a lidar com esses receios, e para que a hora de dormir deixe de ser um pesadelo e a harmonia familiar regresse.

*ver artigo no blog sobre perturbações do sono

Como acabar com as Birras



As birras fazem parte do crescimento normal da criança, apesar de levarem muitos pais a perderem o controlo quando a criança começa a fazer uma birra. Nesses momentos é frequente choramingarem, gritarem, atirarem-se para o chão, amuarem ou terem atitudes de teimosia, entre outras atitudes. Quando as birras acontecem num local público, causam frequentemente grande embaraço aos pais e nem sempre se sabe qual a melhor forma de agir perante uma situação deste tipo. Por esse motivo, decidi reunir algumas sugestões eficazes, não só para atenuar as birras como para ajudar os pais a não se descontrolarem neste tipo de situações. 
    
1- Entender o motivo das birras – As crianças precisam de exteriorizar os seus sentimentos e emoções para isso precisam de espaço e de tempo. É importante, os pais terem consciência que muitas vezes as birras, são a única forma que as crianças conhecem para exteriorizarem as suas emoções.

2-Perceber o que a criança está a sentir - Fale com a criança num tom calmo, evite irritar-se ou gritar, caso contrário a birra também tende a acentuar-se. O comportamento dos pais perante uma birra, é extremamente importante, o mesmo pode contribuir para acentuar ou diminuir a intensidade da birra. Quando os pais conseguem agir de modo mais tranquilo, ajudam a criança a desenvolver melhor autocontrole. 
     
3- No momento em que a birra acontece - tente manter-se calmo, não focalize a sua atenção nas atitudes da criança, tente antes encontrar uma maneira lúdica de a distrair. Pode fazer ou dizer uma piada, perguntar-lhe algo sobre um tema do seu interesse, como pelos cromos que faltam na caderneta, pelo seu desenho animado favorito, pela festa de anos do seu amigo, no passeio que vão fazer a seguir, na ida ao parque. As crianças são fáceis de se distrair, seja criativo e descubra quais as que funcionam melhor nesses momentos e quais as estratégias que podem ser eficazes numa próxima birra.

4- Birra num local público – Os pais devem sempre que for possível, ir com a criança para um local menos exposto e tentar perceber ela está a sentir. Nesse momento, se pensar que a criança vai precisar de alguns minutos para exteriorizar o que está a sentir, até se acalmar, ajuda os progenitores a encarar melhor a situação e a permanecerem mais calmos.

5- Reconforte a criança - Um abraço, um beijo ou miminho – Esses gestos carinhosos podem ajudar a criança a ficar mais calma, a sentir-se mais tranquila, segura e amada. Evite zangar-se ou dizer-lhe frases que contribuem para diminuir a sua autoestima, tais como, “estás a ser feia”, “Na próxima vez não vens comigo”, “os meninos não choram”, “estão todos a olhar para ti” e nunca se deve bater numa criança. Todos os comportamentos mais agressivos e hostis, só diminuem a autoestima e autoconfiança da criança e influenciam negativamente o seu crescimento. Quando os próprios progenitores não sabem manter autocontrole, como podem exigir autocontrole à criança?

6- Atenção às necessidades básicas – Quando a criança está com sono, fome ou sede, podem contribuir para desencadear uma birra. Assim antes de sair de casa, se perceber que a criança, não tem as suas necessidades satisfeitas, procure adiar a saída ou não a leve consigo.  


        

A vida familiar é a nossa primeira escola para a aprendizagem emocional. Algumas sugestões para desenvolver inteligência emocional ao seu filho.

1. As interações familiares e escolares são fulcrais para o desenvolvimento da inteligência emocional. 

É importante não esquecer que os educadores funcionam como modelos, por isso, devem saber comunicar eficazmente e manter o autocontrole, quando surgem os obstáculos.

As crianças aprendem essencialmente a agir e a ser, através da observação do comportamento dos educadores, por isso é necessário dar-lhes o exemplo.

Os educadores nunca devem camuflar os seus sentimentos, mesmo os negativos, as suas dúvidas ou falhas. Não devem passar a imagem de que sabem tudo ou que sabem resolver de imediato todos os seus problemas. Assim, facilitam a aprendizagem de que é necessário, pensar muitas vezes para se encontrar a solução certa.


Mudar é difícil, mas se queremos que as crianças mudem, os adultos também precisam de modificar o seu próprio comportamento para que as mudanças sejam efetivadas. Os pais são o seu modelo de referência, sendo para isso necessário darem o exemplo. 

2. Ensinar competências não é suficiente, educadores devem praticar com as crianças no dia-a-dia para que fiquem interiorizadas. Os educadores têm de ajudar as crianças a centrarem sua atenção, nas competências já adquiridas. Este processo é facilitado se a criança for elogiada, sempre que faz o que esperam dela. 

3. Parafrasear, isto é, exprimir a mesma ideia por palavras diferentes. Ajuda as crianças a sentirem-se compreendidas. Ao falar com a criança, se repetir as palavras que ela utilizou, fica com a certeza de que é isso que ela pretende transmitir e ajuda-a a sentir-se compreendida.

4. As crianças precisam de ser orientadas mas não que os pais tomem decisões por elas. A ajuda que os pais deve basear-se na analisar das decisões, procurando alertar para as consequências de cada escolha. 

A orientação dos pais deve incidir nos seguintes aspetos:
a)Definir objetivos; 
b) Identificar os problemas inerentes;
c) Avaliar as consequências das escolhas; 
d) Elaborar estratégias para os alcançar.


Esta abordagem é mais eficaz, se os educadores forem efetuando questões sobre a atitude da criança perante o problema. Não devem transmitir de imediato o que devem fazer em determinada situação. Desta forma, as crianças são ajudadas a alcançar os objetivos que eles pretendem por motivação interna e, não agem em função do que os educadores pensam ser o melhor para eles. 

Deste modo, a criança desenvolve melhor as competências essenciais, evitando como acontece muitas vezes, em que os pais pensam por eles e, a sua motivação passa a ser externa, tomando atitudes não por sentirem que é essa a sua vontade, mas porque os pais assim o desejam. As crianças quando tomam decisões, por escolha dos pais, sentem-se muitas vezes insatisfeitas. 

A regra mais importante da Inteligência emocional, faça aos seus filhos o que gostava que os outros lhe fizessem.

Cuide de si e da sua família!

Maria Pascoal.

A entrada na escola e os esquecimentos


                                  


O momento em que a criança entra para a escola é uma nova fase na vida da criança e a sua adaptação nem sempre acontece da forma desejada.

A adaptação da criança ao novo contexto escolar recheado de novidades e informações, num ambiente novo e diferente, pode demorar algum tempo.

Os seus interesses, motivações, as novas relações interpessoais, aprendizagens, regras e a obrigação de serem mais independentes e autónomas, são muitas mudanças e podem levar algum tempo para que a criança aprenda a lidar com este novo ambiente. 


Um dos sintomas é o esquecimento, do material escolar, de peças de vestuário que não costumam regressar a casa, até dos trabalhos de casa, entre outros, e na maioria das vezes nem a criança nem se lembra do local perdera os objetos.

Nessas alturas é importante que os pais falem com os filhos de modo calmo e explicar o valor das coisas, e a importância de responsável pelos seus pertences, assim como pelas tarefas a desempenhar. Pode ser difícil ter de repetir a mesma explicação algumas vezes, mas isso é importante para a interiorização do sentido da responsabilidade.

Nesta fase evite que a criança leve para a escola objetos valiosos, pergunte-lhe diariamente pelos trabalhos escolares, ajudá-la a partilhar o seu dia e a falar sobre as suas dificuldades.


É normal que esta fase de distração passe por volta dos 8 anos.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Enurese (fazer chichi involuntariamente)

  

A enurese ocorre a partir do momento ou idade em que a criança já deveria ter adquirido o controlo da bexiga, geralmente ocorre por volta dos 2 ou 3 anos, mas é considerado normal se o seu controlo for adquirido até aos 5 anos de idade, após esta idade, deve ser investigada qual a sua origem, para que a criança seja ajudada a superar este problema.

A Enurese é o nome técnico que se atribui ao fazer chichi involuntariamente, durante a noite ou durante o dia.

A enurese primária ocorre nos casos em que a criança faz chichi na cama todas as noites, e a enurese secundária quando após um período de controlo, pelo menos de um ano, a criança volta a molhar a cama.

As causas da enurese podem ser fisiológicas ou psicológicas. Pode existir uma doença orgânica como espinha bífida, diabetes, bexiga neurogénica ou ser desencadeada por facotes psicológicos como problemas emocionais, ansiedade ou o stress.

A ansiedade e a rigidez ao lidar com crianças que sofrem de enurese, pode complicar e até atrasar a resolução deste problema e contribuir para o aumento da ansiedade o que gera maior descontrolo durante a noite.

Não se deve voltar a pôr fraldas, apesar de ser uma forma prática para não molhar a cama é muito humilhante para a criança e agrava ainda mais o problema.

A criança que sofre de enurese não deve ser castigada nem culpabilizada pelo facto de a mesma ser involuntária. Não pode ser encarada como desleixo da criança e no caso de não existir nenhum problema a nível fisiológico, significa que a criança está a sofrer e necessita de apoio psicológico. A criança sozinha não consegue ultrapassar este problema.
 

A importância do sono




O sono ajuda a mente a ficar mais forte!

É um dos fatores mais importantes para o desempenho do cérebro, estimula a memória, arquiva as memórias importantes, desenvolve a inteligência, melhora a coordenação de movimentos, aumenta a criatividade e melhora a aprendizagem e até ajuda a controlar melhor as emoções.

É enquanto dormimos que o cérebro aperfeiçoa as tarefas importantes para o seu bom
...
funcionamento e para se regenerar.

O stress e os horários irregulares, afetam a qualidade e a quantidade do descanso, o que poderá provocar alterações cognitivas, falta de memória e menor concentração.

Se não descansa o suficiente compromete o seu desempenho mental e a sua produtividade e o controlo das suas emoções.

Precisa de 7 a 8 horas de sono diárias para ter um descanso bom, apesar de cada pessoa ter necessidades diferentes para se sentir bem.

Se costuma ter insónias ou dificuldades ao dormir frequentes procure ajuda para resolver o problema - As implicações da falta de sono, além de deixarem o cérebro enfraquecido, aceleram a destruição de neurónios (Alzheimer), causam acidentes e perde qualidade de vida!


quarta-feira, 16 de abril de 2014

5 Regras para educar com Inteligência emocional

A família é a principal escola para desenvolver a Inteligência emocional nas crianças, sendo assim extremamente necessário o investimento nesta área.
  

As interacções familiares e escolares são fulcrais para o desenvolvimento da inteligência emocional.


É importante não esquecer que os educadores funcionam como modelos, por isso, devem saber comunicar eficazmente e manter o autocontrolo, quando surgem obstáculos.

As crianças aprendem muito através da observação do comportamento dos adultos com que lidam, principalmente com os pais, por isso é necessário ter consciência que é com o seu exemplo que aprendem a maior parte das competências emocionais.

Os educadores nunca devem camuflar os sentimentos, mesmo os negativos, as suas dúvidas ou falhas. Não devem passar a imagem de que sabem tudo, ou que sabem resolver de imediato todos os seus problemas. Assim, facilitam a aprendizagem de que é necessário pensar para se encontrar a solução certa, sempre que um problema ocorra.

Mudar é difícil, mas se queremos que as crianças mudem ou se comportem de forma diferente, os adultos com que se relacionam, também precisam em muitas situações de modificar o seu próprio comportamento para que as mudanças sejam efetivadas. Os pais são o seu modelo de referência, sendo para isso necessário darem o exemplo.


A Inteligência emocional tem por base 5 princípios:

1. Tome consciência dos seus próprios sentimentos e dos da criança - muitas vezes as crianças com problemas comportamentais sentem também dificuldades em classificar os seus sentimentos, são capazes de confundir, por exemplo, aborrecido com enlouquecido, preocupado com triste. 

A partir do momento que formos capazes de identificar os nossos múltiplos sentimentos melhora a possibilidade de os controlar. 

2. Mostre empatia e compreenda os seus pontos de vista - quando temos consciência dos nossos sentimentos relacionamo-nos com empatia, que é a compreensão emocional não verbalizada. Desta forma, será mais fácil perceber o que as crianças estão a sentir. Para este princípio ser eficaz será necessário ter capacidade de ouvir com atenção e de perceber os sinais da comunicação não-verbal. 

3. Compreenda de forma positiva os impulsos emocionais e comportamentais - Como seres sociais estamos programados para reagir aos problemas de maneira instintiva, obtemos pouca eficiência nos resultados. Com a utilização da Inteligência Emocional, é possível aplicarmos os nossos conhecimentos sobre os nossos próprios sentimentos e os dos outros, de forma a controlar os nossos impulsos eficazmente. 

4. Identifique os seus objectivos e planifique acções positivas para alcançá-los - Após a identificação dos objectivos é necessário planificar as acções com esperança e optimismo. Esta disposição contagia a nossa mente, os nossos sentimentos e o nosso corpo. 
Perceber quais os melhores momentos do dia, dos educadores e da criança para alcançar os objectivos e investir nestes períodos. 
Para controlar melhor as estratégias é importante registar os seus resultados. 
Ajudar a criança a ter consciência do que significa um objectivo por meio de analogias, fazendo-a perceber a sua importância neste processo. 

5.Utilize as competências sociais positivas nos seus relacionamentos - Para os educadores e as crianças terem um relacionamento interpessoal eficaz, é necessário, comunicar e saber resolver problemas. Para comunicarmos é fundamental, saber ouvir e sermos capazes de nos expressar com assertividade.

Competências relacionadas com o saber fazer parte de um grupo, que contribuem para termos uma participação mais efectiva dentro do grupo e quando utilizadas estes funcionam melhor, tais como: aprender a ouvir os outros com atenção; saber esperar a vez; harmonizar os sentimentos; obter consensos e expressar com clareza os nossos pontos de vista. 

Competências sociais como a capacidade de resolver problemas interpessoais e efectuar escolhas adequadas, pensadas e responsáveis, assim como em arranjar alternativas construtivas quando surgem obstáculos no relacionamento com os outros.




A capacidade de lidar com os sentimentos e a consciência emocional, são mais importantes que o Q.I. para o sucesso e a felicidade em todas as vivências. 



Com Inteligência Emocional é possível obter mais tranquilidade, harmonia no quotidiano, reduzir o nível de stress e alcançar mais disponibilidade para se divertir nas suas relações Interpessoais.

A inteligência emocional representa a capacidade de controlar os impulsos, de aumentar o prazer e de se motivar a si próprio. 

Aprender a interpretar os seus sentimentos e percepcionar como os outros reagirão aos seus sentimentos.

O que pensar a respeito desses sentimentos e que escolhas tem ao seu dispor para reagir, ler e exprimir esperanças e medos. 

Ver a Dislexia com outros olhos





Estima-se que mundialmente cerca de 1 em cada 10 pessoas sofrem de Dislexia. Em Portugal influencia a leitura e escrita de muitas crianças em idade escolar.

Esta perturbação não está relacionada com desatenção, falta de motivação, o tipo de educação ou com o método de ensino.


A Dislexia é uma doença que permanece durante toda a vida, por esse motivo, é importante que o seu diagnóstico seja realizado precocemente, para ajudar a criança a lidar com as suas dificuldades, quando começa a ler e a escrever. 

As crianças com Dislexia apresentam dificuldades significativas em adquirir o mecanismo da aprendizagem da leitura e escrita, resulta de um défice na componente fonológica da linguagem. A sua dificuldade consiste em conseguir associar correctamente os fonemas (sons) aos grafemas (letras).

A Dislexia é uma perturbação de aprendizagem da leitura e escrita, apesar de a criança apresentar uma inteligência normal ou superior e de não existirem problemas cognitivos ou emocionais. 

A perturbação de Hiperactividade com Deficit de Atenção-Critérios de Diagnóstico



A perturbação de hiperactividade com deficit de atenção (PHDA) ocorre geralmente na infância, é caracterizada pela extrema dificuldade que a criança apresenta em manter a atenção nas suas atividades diárias, associada a  hiperatividade e impulsividade, em pelo menos dois ambientes, em casa e na escola. Estima-se que 3% e 6% das crianças em fase escolar apresentam este tipo de perturbação e causem dificuldades acrescidas, especialmente ao nível da aprendizagem.


A PDHA  tem como características principais a desatenção, a agitação e a impulsividade, podendo originar problemas emocionais, de relacionamento, baixo sucesso escolar entre outros problemas psicológicos.

A criança hiperativa pode em muitos casos apresentar uma inteligência normal ou acima da média, mas é qualificada pelos seus problemas comportamentais e de aprendizagem. Assim é importante que os educadores de crianças que apresentem hiperatividade conheçam qual a melhor forma de lidar com a sua instabilidade emocional, impulsividade ou falta de atenção.


A criança com Deficit de Atenção, tem tendência para se isolar, por não perceber o motivo da sua diferença em relação aos seus pares e, por esse motivo sente-se muitas vezes angustiada com as suas próprias dificuldades, o que lhe causa muitas vezes, sentimentos de tristeza e baixa autoestima.


Critério de Diagnóstico:
É essencial que apresente pelo menos 6 dos sintomas de desatenção e ou 6 dos sintomas de hiperatividade e devem manifestar-se por um período superior a seis meses.

*Sinais frequentes:

Predomínio de desatenção 

1. Presta pouca atenção aos detalhes em tarefas escolares,
2. Dificuldade em manter a atenção em actividades lúdicas,
3. Parece frequentemente ausente quando se conversa com ela,
4. Dificuldade em seguir instruções e terminar deveres escolares, mas não pode atribuído a comportamentos de oposição ou incapacidade em compreender as instruções transmitidas,
5. Problemas na organização de tarefas e actividades,
6. - Desmotivação em tarefas complexas e demoradas, desmotivantes que exijam constante esforço mental,
7. Perde frequentemente os materiais necessários para as suas actividades, quer sejam lúdicas ou escolares,
8. Distração persistente aos estímulos exteriores,
9. Esquecimento frequentemente das actividades diárias.

Predomínio de Hiperatividade e Impulsividade

Hiperatividade
1. Agitação das mãos ou pés,
2. Dificuldade em permanecer muito tempo na mesma posição,
3. Movimentos frequentes em contextos onde o seu agir é considerado inapropriado. 
4. Dificuldade em brincar silenciosamente,
5. Agitação frequente, 
6. Fala em demasia.

Impulsividade
1. Respostas precipitadas frequentemente,
2. Impaciência em saber esperar pela sua vez,
3. Interrompe conversas ou brincadeiras alheias.

Problemas associados às crianças com PDAH:
1. Colocar ideias em prática,
2. Organizar e gerir o tempo,
3. Tendência ao isolamento,
4. Falta de iniciativa,
5. Humor instável, 
6. Pouca tolerância à frustração,
7. Dificuldade em fazer-se entender,
8. Necessidade incessante de estímulos,
9. Não aprende com os próprios erros.

Existe muita controvérsia sobre o assunto, alguns especialistas que defendem o uso de medicamentos, outros são da opinião que a criança deve aprender a lidar com a PDHA sem a utilização de medicamentos.

Na minha opinião e pela experiência que tenho no acompanhamento de crianças que apresentam PDHA, a ludoterapia (psicoterapia para crianças) é muito eficaz na diminuição dos comportamentos inadequados dessas crianças, facultando também aos pais estratégias para lidar melhor com as suas características.     

Por Maria Pascoal 

Bulimia Nervosa


Bulimia nervosa é uma disfunção alimentar em que a pessoa tende a apresentar períodos em que come em excesso, seguidos de sentimentos de culpa e na tentativa de evitar ganhar peso, tem comportamentos pouco saudáveis para perder peso de forma rápida, como induzir vómito (90% dos casos), jejuns, recorrer a dietas desajustadas, usar laxantes/diuréticos e fazer exercício em demasia, lipoaspiração e outros procedimentos cirúrgicos para reduzir o peso. Estes comportamentos dificilmente desaparecem, mesmo que consiga emagrecer continua a sentir-se infeliz.

Aparece geralmente a partir da adolescência e cerca de 90% são mulheres. É difícil que os bulímicos confessem seu problema, ocultando os sintomas dos pais, amigos. Ocorrem geralmente pelo menos 2 vezes por semana, por no mínimo de 3 meses.

O bulímico apresenta geralmente peso normal, que pode ter oscilações, mas não chega à magreza extrema. A sua aparência torna difícil a identificação do problema. E, a vergonha que sentem do seu transtorno alimentar, uma vez que tentam ocultar os sintomas, também dificulta que pais ou amigos se apercebam do problema. 

Consequências para a saúde: Problemas nos dentes e gengivas; fadiga; obstipação; desidratação; humor depressivo e variável; pele seca; arritmia cardíaca; períodos Irregulares ou perda da menstruação.

O seu sofrimento psíquico não afecta só a sua relação com a comida e com o seu corpo, mas também as suas relações sociais, porque tendem a evitar o convívio interpessoal nos momentos em que a alimentação está explícita, como num almoço ou jantar. 

Factores psicológicos frequentes: Baixa auto-estima; ansiedade elevada; insatisfação constante, dificuldade em ter prazer, pensamentos radicais e excessivamente criticas/exigentes/perfeccionistas.

**Tratamento**
Como o Bulímico não tem consciência da necessidade de tratamento é imprescindível que sejam as pessoas mais próximas a intervir. O acompanhamento deve incluir tratamento psiquiátrico, psicológico e nutricional.

O acompanhamento psicológico é fulcral para que o Bulímico compreender a angústia que desencadeia o seu transtorno alimentar e aprender a devolver auto-controle.

Anorexia Nervosa




A anorexia nervosa é uma doença que envolve factores psicológicos, sociais e fisiológicos. É uma disfunção alimentar, determinada por uma dieta alimentar insuficiente, em que a pessoa apresenta baixo peso corporal, stress físico, podendo também sofrer de bulimia.

A anorexia nervosa afecta principalmente adolescentes, existindo cerca de 90% do sexo feminino e cerca de 40% dos casos entre adolescentes. 

Nos adolescentes de ambos os sexos, geralmente está associada a problemas de auto-imagem, dismorfia, por dificuldades de aceitação pelo grupo, ou em lidar com a sexualidade genital, no caso de existir um quadro neurótico (tipo obsessivo-compulsivo) ou em casos de abuso sexual ou físico. 

Os principais sintomas do anoréctico são: peso muito abaixo da média (85%), praticar excessivo exercício físico, atrasos/ausências menstruais, depressão, tentativas de suicídio, bulimia, diminuição da libido, disfunção eréctil no sexo masculino, não alcançar a maturação sexual, atraso ou paragem no crescimento, obstipação, cáries dentárias e descalcificação dos dentes.

A anorexia está relacionada com traços ansiosos e obsessivos como perfeccionismo, enquanto a bulimia está relacionada a traços depressivos e baixa auto-estima.

**Tratamento**
É importante uma abordagem multidisciplinar, psiquiátrica, psicológica e nutricional, sendo de extrema importância o apoio da família.

O acompanhamento psicológico é fulcral para o doente Anoréctico tratar os sintomas relacionados, como a ansiedade, pensamentos obsessivos e mau humor e para prevenir recaídas.

A IMPORTÂNCIA DE APRENDER A ESTUDAR





Aprender a estudar é extremamente importante, mas a forma de estudar é diferente de criança para criança, o importante neste processo é que cada uma conheça qual o método de estudo mais adequado a si. Existem crianças que preferem ler a matéria em voz alta, mas há outras que optam por recorrer, a esquemas, resumos ou por sublinhar a matéria...mas, em muitos casos até perceberem qual o método mais eficaz para si, podem demorar muito tempo a descobri-lo. Essa descoberta tardia, dá origem a sentimentos de frustração, desmotivação e a insucesso escolar.

Sendo assim, durante o seu percurso escolar todas as crianças teriam mais êxito, se alguém as ajudasse a descobri-lo. Essa ajuda é possível e  importante para conseguirem aprender melhor os conteúdos escolares e, quanto mais cedo encontrarem o seu método de estudo, melhor será o seu rendimento futuro.  

Melhorar a aptidão escolar engloba desenvolver algumas competências, tais como, motivação, responsabilidade, deixar de ter medo de errar, acreditar mais em si próprio, desenvolver as suas qualidades e capacidades.

Determinados métodos de estudo funcionam bem em algumas crianças, mas podem não funcionar ou não ser adequados para outras. Sendo por esse motivo, extremamente importante perceber qual o método de estudo que a criança deve utilizar quando está a estudar, tendo em consideração as suas características de personalidade, porque cada criança interioriza os conteúdos de maneira diferente.

Ao descobrir a forma mais produtiva de estudar e de assimilar as aprendizagens, também potencia o seu processamento da informação e, consequentemente, os seus resultados em situações de avaliação melhoram, porque a criança para interiorizar os conteúdos programáticos, faz menos esforço e aprende a recorrer as técnicas que melhor se adaptam a si.

A memória é  a capacidade de adquirir e armazenar ou recuperar as informações internas no cérebro e a base de todo conhecimento, devendo por isso ser estimulada, desde a infância para que se desenvolvam novas competências. Especialmente porque é através da memória que atribuímos significado, aos acontecimentos diários e onde armazenamos as experiências que iremos utilizar futuramente, assim sendo, quanto mais precocemente for desenvolvida melhor será o sucesso posterior da criança. 

O desconhecimento dos métodos de estudo no 1º ciclo, faz com que muitos jovens cheguem a essa descoberta numa fase muito tardia, isso é muito prejudicial, porque depois os seus conhecimentos de base, nem sempre são consolidados e tornam-se mais limitativos, implicando também posteriormente, maior esforço e dificuldade na aquisição dos conteúdos escolares nos anos seguintes. Daí a necessidade de se aprender a estudar entre o 1º e o 6º ano de escolaridade para potencializar as capacidades inerentes das crianças.


Muitas vezes quem estuda com a criança, tem alguma tendência para incutir o método de estudo ou exemplificar as técnicas que utilizava quando era estudante, no entanto, apesar de terem sido eficazes para si, não significa que sejam as mais adequadas para determinada criança, porque nem todas as pessoas possuem características, estímulos ou motivações iguais, sendo por isso, extremamente importante descobrir precocemente, quais as melhores técnicas para otimizar o registo da informação.


O insucesso escolar e o desinteresse pelo estudo, gera grandes conflitos internos na criança e, muitas vezes na relação entre pais e filhos, condicionando em muitas situações todo o percurso escolar. Podendo ter implicações futuras na forma da criança percecionar o estudo e como irá comportar-se durante a vida escolar. É fulcral ajudá-la, não só a ser autónoma no estudo, mas também a desenvolver as competências mais eficientes durante o seu percurso escolar.




Aprender a estudar é essencial para que a criança descubra quais as suas competências e potencialidades mas, também a conhecer as suas limitações. Adquirindo assim, melhor consciência de si própria o que lhe permite ultrapassar melhor as dificuldades com que se depara. 


Quando a criança começa a encarar o estudo como um desafio gratificante, estudar deixa de ser uma atividade aborrecida, porque se sente mais motivada. Mas isso só é possível, no momento em que descobre as técnicas que melhor se adaptam a si e as que produzem melhores efeitos, ou seja, só altera a sua forma de ver o estudo quando percebe qual a sua melhor forma de assimilar as matérias escolares e a visualizar melhores resultados.


O beneficio desta descoberta, é que começa a acreditar mais nas suas potencialidades, aprende a estudar de forma mais autónoma, torna-se mais responsável e, aumenta a sua motivação quando tem de estudar. É importante perceber se existem dificuldades escolares e identifica-las, por forma a ajudar a criança a supera-las o mais rapidamente possível, porque como acontece com quase todas as competências, quanto mais cedo se adquire   esse conhecimento, mais precoce será o seu êxito.

Se sente que existe alguma dificuldade com a criança no seu percurso escolar, deve procurar ajuda de um psicólogo educacional, especialista em métodos e técnicas de estudo, que a ajude a encontrar as melhores estratégias para otimizar o tempo de estudo, assim como, a facilitar a estimulação da memória, a descoberta do método de estudo mais eficaz para o seu caso, por forma a que a criança consiga estudar com o menor esforço possível.

Esta ajuda é imprescindível para aumentar a sua motivação e, consequentemente obter melhor resultados escolares nas avaliações, evitando-se assim, insucessos, frustrações e desinteresse, mas isto, só é possível, a partir do momento em que o próprio aluno, descobre quais as estratégias que deve desenvolver para alcançar novas e melhores competências.





sábado, 12 de abril de 2014

Perturbações do sono


Existem vários problemas que podem afetar o sono das crianças, é preciso estar atento e ajuda-la a ultrapassá-los, pois têm consequências a nível emocional, social e no seu desempenho escolar.
  • Pesadelos
Os pesadelos são frequentes nas crianças de 2 ou 3 anos, na idade em que a fantasia é mais intensa e a criança ainda não percebe a diferença entre sonho e realidade.
É um sonho desagradável que pode surgir várias vezes durante a noite, dependendo da idade da criança, estão muitas vezes relacionados com acontecimentos diários, tais como, separação dos pais, nascimento de um irmão, mudança de escola, morte de um familiar ou até o facto de estar a dormir numa posição desconfortável.
Durante o dia podem aparecer novos medos, de animais, elevadores, ruídos estridentes e que são transportados para a noite como pesadelos.
A criança acorda quando está a ter um pesadelo, na maioria das vezes consegue lembrar-se e falar do que se passou no sonho, tem medo de voltar a adormecer sozinha e é capaz de se agarrar aos pais, implorando conforto, podendo demorar algum tempo até a criança se acalmar.
  • Terrores nocturnos
Os terrores nocturnos e os pesadelos são perturbações diferentes. Os terrores nocturnos são mais frequentes entre os 2 e os 5 anos de idade. É um distúrbio caracterizado por um despertar repentino, que pode ser iniciado por um grito de pânico, choro ou vocalizações incoerentes, nesta situação ao contrário dos pesadelos, quem fica mais assustado não é a criança mas os pais. A criança está agitada, com uma expressão aterrorizada, parecendo que está em luta com “monstros”, meio alucinada, mas não está acordada como nos pesadelos. Não percebe a aproximação dos pais, podendo mesmo afastá-los, pois podem ser confundidos com os “monstros”. 
Os terrores nocturnos ocorrem quase sempre na segunda metade da noite, o que acontece é uma mudança no ciclo do sono, altura em a criança não está a dormir nem acordada, não existindo percepção da realidade, mas onde ocorre o sonho.
Acalmar a criança não funciona e quando o episódio termina, a criança volta a adormecer e não se recorda do que se passou.
Na maioria das vezes os terrores nocturnos estão relacionados com algo que assustou a criança durante o dia ou com mudanças no seu quotidiano, tais como, nascimento de um irmão, entrada no infantário, ausência de um dos pais, medo do escuro, entre ouros.
  • Bruxismo
Caracteriza-se por um range os dentes durante o sono, resulta na generalidade do desalinhamento dos dentes, por não se conseguir controlar o movimento dos maxilares ou até por parasitas intestinais. Na maioria das vezes passa até à adolescência.
  • Sonambulismo
Ocorre com frequência entre os 8 e os 12 anos de idade. É visível quando a criança se senta na cama ou anda durante o sono, mesmo estando com os olhos abertos, não consegue ver, podendo até falar mas sem se perceber o que diz.

É importante reduzir o risco de acidentes, colocando algumas luzes de presença, fechar as portas à chave e, sempre que a criança se levanta deve-se reencaminhá-la para a cama de preferência sem falar. 
  • Insónias
As insónias caracterizam-se pela dificuldade em adormecer ou pela falta de sono. Está relacionada com uma mudança brusca na vida da criança ou associada a momentos críticos do seu desenvolvimento.
A causa deste problema pode estar interligada com situações de ansiedade ou a traumas, tais como, mudança de escola, separação dos pais, morte de um familiar.
  • Agitação nocturna
São perturbações rítmicas do sono, onde existe agitação como virar ou bater com a cabeça de um lado para o outro constantemente. Nesses momentos, a criança pode simular convulsões, gemer, dar gritos, grunhir ou rosnar.
  • Apneia
As crianças têm dificuldades respiratórias pelo facto da passagem do ar ficar obstruída, sendo esses sintomas notórios na dificuldade em respirar enquanto dorme, respiram pela boca, ressonam ou têm excesso de sono durante o dia.
  • Narcolepsia
É uma perturbação rara que afecta 1 em 2000 adultos e pode surgir pela primeira vez na adolescência, é de origem neurológica genética que pode gerar ataques de sono incontroláveis.


Como pode ajudar a criança a ultrapassar as perturbações do sono:

-Falar com a criança durante o dia de forma natural sobre o que aconteceu durante o sono.
-Respeitar os medos da criança, transmitir-lhe segurança, deixar uma luz acesa, incentiva-la a dormir com o seu peluche favorito, fazer com que perceba que você vai estar por perto e que não deixa que nada lhe aconteça.
-Criar rotinas e momentos tranquilos antes de a criança adormecer.

Se os sintomas persistirem para além de um período superior a 6 meses ou se são muito violentos e intensos procure um psicólogo para compreender o que se passa com a criança para que estas perturbações não deixem sequelas no seu desenvolvimento.

A psicoterapia pode ser importante para a criança aprender a lidar com os medos e ultrapassar as suas dificuldades do sono.