sábado, 12 de setembro de 2015

15 Sugestões para diminuir a ansiedade do regresso à escola



Como ajudar o seu filho a ultrapassar os receios nestes últimos dias de férias, por forma a regressar à rotina escolar com maior e tranquilidade e autoconfiança.

Nesta fase em que se aproxima o inicio das aulas, algumas crianças podem apresentar sinais de ansiedade, sendo normal que os mesmos cessem durante os primeiros dias de aulas, especialmente se a criança for mudar de escola.

1.É importante perceber o que é que a criança está a sentir. É necessário identificar, quais são os receios o que lhe estão a causar essa tensão interior.
Muitas vezes os sintomas de ansiedade podem ser exteriorizados através de queixas físicas, tais como, dores de barriga, birras mais frequentes, maior agitação, dificuldade em adormecer ou acordar durante a noite com pesadelos, entre outras.   

2.Na infância, as crianças nem sempre percebem o motivo de algumas mudanças, como ter de ir para o Jardim de Infância todos os dias,  mudar de escola, deixar a casa dos avós ou sair de um ambiente familiar.  Algumas mudanças no seu dia-a-dia são bruscas e por vezes dolorosas, podendo dar origem a sentimentos de abandono,  especialmente nas crianças mais pequenas, pelo facto de não terem capacidade para entenderem os motivos de terem de permanecer num espaço desconhecido, como no infantário ou na escola, muitas vezes durante as 8 horas em que os pais estão a trabalhar (mesmo que os pais expliquem inúmeras vezes). 

É importante que durante a fase de adaptação, sempre que possível, deixar a criança  na nova escolinha, por períodos de tempo mais reduzidos, para que a separação não seja sentida de forma tão violenta e assim, dar-lhe tempo para se ir adaptando à nova rotina.   

3.Procure conversar e ouvir com atenção o que está a preocupar a criança. Entender e desmistificar todas as suas duvidas, perceber quais são os seus receios na ida para a escola. É fundamental que todas as explicações sejam transmitidas de forma simples e adequadas à idade.

4.Os pais devem reforçar a dose de carinho, apesar de nunca ser demais, as crianças nesta altura, precisam de sentir que são amadas e que os pais estão ao seu lado para as ajudarem a superar todas suas dificuldades.
Sentir o apoio dos pais ajuda-as a sentirem maior segurança para enfrentar os medos, contribuindo para diminuir a ansiedade do regresso à escola.

5.No final de cada dia é importante, conversarem sobre o dia de escola. A criança precisa de espaço e tempo para falar do que aconteceu, sendo essencial que os pais demonstrem sempre disponibilidade e compreensão para ouvirem as suas preocupações. 
Essencial é felicitá-la pelos progressos e incentivá-la a continuar. Muitas vezes dar-lhe exemplos de medos antigos e que foram ultrapassados ajuda-a a melhorar a sua autoconfiança para superar os receios atuais.

6.Quando a criança se recusa a falar do que a inquieta, abordem o assunto, mostrem-lhe que entendem os seus medos e que percebem as suas dificuldades. Tentem transmitir-lhe mensagens de incentivo, para ser mais fácil acreditar que a fase vai passar.
Verbalizar o que pensam, mesmo quando a criança não fala sobre as suas preocupações, facilita a compreensão da mensagem desejam transmitir.        

7.Fazer com que a criança perceba que a mudança de escola é sempre uma fase difícil, não só para ela, mas algo que custa a todos os meninos e ir reforçando que sentir esse medo que é normal.
Dize-lhe que é preciso dar tempo para conhecer um pouco melhor a nova escola, os colegas e os professores e,
 que ao fim de algum tempo tudo o que está a sentir irá passar. 
Referir que muitas pessoas, também sentem receio de ambientes desconhecidos, mesmo os adultos.  
Estas comparações ajudam a criança, a sentir maior autoconfiança, ao perceber que não é a única a sentir esse medo.

8.Tentar que seja a própria criança, a procurar estratégias para ultrapassar determinado problema, por exemplo perguntar-lhe como pensa que os outros meninos que também têm de mudar de escola estão a sentir ou que acha que podem fazer para se sentirem melhor.

9.Quando forem à escola, sempre que possível é importante, perceber como é o ambiente escolar, observar o comportamento da criança e a interação existente entre os educadores e as crianças.

10.Mostrar interesse pelas atividades que a criança realizou nesse dia, dar reforço positivo, por exemplo ao verem um desenho. Pequenos gestos podem fazer a diferença, fazem com que o seu filho se sinta apreciado e aumente a autoestima.

11.Conviver com os colegas fora do ambiente escolar é uma forma da criança desenvolver maior ligação com os colegas.

12.Nunca critique os seus medos. Procure percebê-los, sem 
criticar. A critica só desenvolve sentimentos de culpa e baixa a autoestima da criança.

13.Se tentar verbalizar o que está a acontecer com a criança nessa fase, ajuda-a desenvolver o conhecimento de si mesma, a perceber como reage às mudanças e como lida com novas situações.  

14.Não mude o seu filho de escola constantemente, só porque não se adapta. No caso de perceber que é uma dificuldade intrínseca, procure um psicólogo para ajudar a ultrapassar os seus medos e a desenvolver estratégias para lidar com a sua ansiedade, perante dificuldades que lhe causem sofrimento.

15.Se perceber que esta fase está a demorar mais de 2 meses e, sente que não existem progressos ou que o seu filho está a sofrer intensamente, não se culpabilize e procure ajuda. 
Esta ansiedade pode originar novos medos ou a acentuar ainda mais os existentes, afetando negativamente a autoestima e a autoconfiança da criança. Além disso, aumenta a probabilidade da criança poder desenvolver fobia escolar, com consequências negativas para o seu sucesso futuro.



* Ver artigo - Fobia escolar  

Maria Pascoal
   

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Bons pais preparam os filhos para os aplausos, pais brilhantes preparam os filhos para os fracassos.


Este hábito dos pais brilhantes contribui para desenvolver: motivação, ousadia, paciência, determinação, capacidade de superação, habilidade para criar e aproveitar oportunidades.
Bons pais preparam seus filhos para receber aplausos, pais brilhantes os preparam para enfrentar suas derrotas. Bons pais educam a inteligência lógica dos filhos, pais brilhantes educam a sensibilidade.
Estimule seus filhos a ter metas, a procurar o sucesso no estudo, no trabalho, nas relações sociais, mas não pare por aí. Leve-os a não ter medo dos seus insucessos. Não há pódio sem derrotas. Muitos não sobem no pódio, não por não terem capacidade, mas porque não souberam superar os fracassos do caminho. Muitos não conseguem brilhar no seu trabalho porque desistiram nos primeiros obstáculos. Alguns não venceram porque não tiveram paciência para suportar um não, porque não tiveram ousadia para enfrentar algumas críticas, nem humildade para reconhecer suas falhas.
A perseverança é tão importante quanto a habilidade intelectual. A vida é uma longa estrada que tem curvas imprevisíveis e derrapagens inevitáveis. A sociedade nos prepara para os dias de glória, mas são os dias de frustração que dão sentido a essa glória.
Revelando maturidade, os pais brilhantes se colocam como modelos de vida para uma vida vitoriosa. Para eles, ter sucesso não é ter uma vida infalível. Vencer não é acertar sempre. Por isso, eles são capazes de dizer aos filhos: “Eu errei”, “Desculpe-me”, “Eu preciso de você”. Eles são fortes nas convicções, mas flexíveis para admitir suas fragilidades. Pais brilhantes mostram que as mais belas flores surgem após o mais rigoroso inverno.
A vida é um contrato de risco
Pais que não têm coragem de reconhecer seus erros nunca ensinarão seus filhos a enfrentar seus próprios erros e a crescer com eles. Pais que admitem que estão sempre certos nunca ensinarão seus filhos a transcender seus fracassos. Pais que não pedem desculpas nunca ensinarão seus filhos a lidar com a arrogância. Pais que não revelam seus temores terão sempre dificuldade de ensinar seus filhos a ver nas perdas oportunidades para serem mais fortes e experientes. Temos agido assim com nossos filhos, ou desempenhamos apenas as obrigações triviais da educação?
Viver é um contrato de risco. Os jovens precisam viver este contrato apreciando os desafios e não fugindo deles. Se eles se intimidarem diante das derrotas e dificuldades, o fenômeno RAM registrará em sua memória milhares de experiências que financiarão o complexo de inferioridade, a baixa autoestima e o sentimento de incapacidade. Qual é a consequência?
Um jovem que tem baixa autoestima se sentirá diminuído, inferiorizado, sem capacidade para correr risco e para transformar suas metas em realidade. Poderá viver um envelhecimento emocional precoce. A juventude deveria ser a melhor época do prazer, embora tenha suas inquietações. Mas muitos são velhos no corpo de jovens. Ser idoso não quer dizer ser velho. Aliás, muitos idosos, por serem felizes e motivados, são mais jovens na sua emoção do que grande parte dos jovens da atualidade.
Qual é a característica de uma emoção envelhecida, sem tempero e motivação? Incapacidade de contemplação do belo e uma capacidade intensa de reclamar, pois nada satisfaz prolongadamente. Reclamar do corpo, da roupa, dos amigos, da falta de dinheiro, da escola e até de ter nascido.
A capacidade de reclamar é o adubo da miséria emocional e a capacidade de agradecer é o combustível da felicidade. Muitos jovens fazem muitas coisas para ter uma migalha de prazer. Eles mendigam o pão da alegria, mesmo morando em palácios. Os jovens que se tornam mestres em reclamar têm grande desvantagem competitiva. Dificilmente conquistarão espaço social e profissional. Alerte-os!
Como os jovens entendem o que é a memória dos computadores, compare-a com a memória humana. Diga-lhes que toda reclamação é acompanhada de um alto grau de tensão, que, por sua vez, sofre um arquivamento privilegiado pelo fenômeno RAM na memória, que lentamente destrói o júbilo da emoção. Os melhores anos da vida são sufocados. Pouco a pouco, eles perdem o sorriso, a garra, a motivação.
Descobrindo a grandeza das coisas anônimas
Leve seus filhos a encontrar os grandes motivos para serem felizes nas pequenas coisas. Uma pessoa emocionalmente superficial precisa de grandes eventos para ter prazer, uma pessoa profunda encontra prazer nas coisas ocultas, nos fenômenos aparentemente imperceptíveis: no movimento das nuvens, no bailar das borboletas, no abraço de um amigo, no beijo de quem ama, num olhar de cumplicidade, no sorriso solidário de um desconhecido.
Felicidade não é obra do acaso, felicidade é um treinamento. Treine as crianças para serem excelentes observadoras. Saia pelos campos ou pelos jardins, faça-as acompanhar o desabrochar de uma flor e descubra juntamente com elas o belo invisível. Sinta com seus olhos as coisas lindas que estão a seu redor.
Leve os jovens a enxergar os singelos momentos, a força que surge nas perdas, a segurança que brota no caos, a grandeza que emana dos pequenos gestos. As montanhas são formadas por ocultos grãos de areia. As crianças serão felizes se aprenderem a contemplar o belo nos momentos de glória e de fracassos, nas flores das primaveras e nas folhas secas do inverno. Eis o grande desafio da educação da emoção!
Para muitos, a felicidade é loucura dos psicólogos, delírio dos filósofos, alucinação dos poetas. Eles não entenderam que os segredos da felicidade se escondem nas coisas simples e anônimas, tão distantes e tão próximas deles.
Por Augusto Cury in www.escoladainteligencia.com.br