quinta-feira, 12 de maio de 2016

6 dicas para lidar com a ansiedade nos exames


A ansiedade pode ser a causa de insucesso escolar. 

A ansiedade é uma reação natural, presente em todos as pessoas, porque nos serve de alerta para uma eventual ameaça, mas quando é muito intensa, causa perda de controlo sobre o comportamento.  

Os altos níveis de ansiedade reduzem a eficiência da aprendizagem, porque diminui a atenção, a concentração e a retenção de informação, o que dificulta as lembranças e, com isso o desempenho em situações de avaliação, como testes ou exames.

A ansiedade em excesso pode manifestar-se a nível comportamental, cognitivo ou físico, tais como, dores de barriga, indisposição, dores de cabeça, problemas de concentração, aumento do ritmo cardíaco, bloqueios ou no
adiar consecutivamente o início do estudo, mantendo a ilusão de que ainda tem temo para estudar, entre outras, que influenciam o desempenho intelectual, memorização ou evocação.

Na fase de exames nacionais, existem cada vez mais casos de crianças e jovens a sentir elevados níveis de ansiedade. A realização dos testes durante o ano letivo podem originar alguma tensão interior, mas os momentos de exames são os que mais contribuem para aumentar a sua ansiedade. Especialmente no caso de alguns os jovens, cujos resultados vão ser decisivos na escolha do curso desejado....podem até ter a matéria bem assimilada, mas tendencialmente têm um desempenho inferior, causado pela dificuldade em lidar a ansiedade.
Existem muitos alunos que sentem grande pressão em momentos de avaliação, que começa muitas vezes na noite anterior ao teste e continua a aumentar até à hora da prova… a ansiedade atinge níveis muitas vezes tão elevados, que alguns alunos afirmam “ fiquei com uma branca…bloquei e não conseguia pensar” apesar de se sentirem preparados e de saberem bem a matéria. O inimigo principal numa situação de exame é a ansiedade que é criada na cabeça do aluno e não o respetivo exame. É isso que determinará a possibilidade de virem a ter má nota e não por falta de conhecimentos da matéria, mas sim porque a ansiedade impediu de usar os conhecimentos. 

Os alunos sentem os testes ou exames, como uma reação emocional negativa, originada pelas expectativas criadas na presença de um teste, passando assim a ser percecionada como uma ameaça para si próprios. Esta situação ocorre muitas vezes após terem passado por experiências extremamente ansiosas em situações de avaliação e que depois passam a ser sentidas como ameaçadoras ou a desenvolver sentimentos de insegurança. A dificuldade em lidar com a ansiedade prejudica e muito o desempenho de qualquer aluno, porque interfere até na sua preparação. Alguns podem até não ter negativas, mas os resultados são frequentemente inferiores às suas reais capacidades.
 
Como ajudar a gerir a ansiedade nas situações de avaliação e evitar o insucesso?

A dificuldade em lidar com a ansiedade causa muito sofrimento, frustração e desmotivação em todos os alunos. Este ciclo ansioso, inicia-se muitas vezes durante 1ºciclo, com menor ou maior intensidade, mas ao longo do percurso escolar, à medida que aumenta a exigência, também aumentam os níveis de ansiedade, principalmente em momentos de exame ou em avaliações decisivas.
É essencial que os pais e os professores que lidam com crianças que sentem esta dificuldade, comecem a ajudá-las a ter mais autoconfiança, a encorajá-las e a reforçar as suas competências, dizendo frases como, “ tu sabes bem a matéria”, “ boa conseguiste responder a todas as questões”, “no teste anterior tiveste boa nota, agora tens de estudar do mesmo modo para este ”.

1- Dar mais autonomia e mostrar confiança

Ao longo do processo de desenvolvimento da criança, os pais devem ir dando maior autonomia em função da idade, para facilitar o desenvolvimento de sentimentos de confiança, deixá-la resolver algumas tarefas sozinha, tal como, tomar banho, pentear-se, colocar a mesa, fazer os t.p.c, estudar para os testes... igualmente importante, é transmitirem mensagens de confiança relativamente às atividades diárias que as criança realizam. Desta forma, a sua perceção de desempenho nas diversas atividades melhora, tornando-se assim mais autoconfiantes e a criar expectativas positivas relativamente ao seu desempenho, seja nas avaliações ou na sua capacidade em resolver problemas.  

2-Evitar atribuir os baixos resultados a incompetência pessoal.
Analisar as razões pelas quais não teve bom desempenho em determinado teste é importante, para evitar que o mau resultado nesse teste, não passe a estar relacionado com a falta de competências pessoais, que só contribuirá para o aumento de sentimentos de fracasso, enfraquecendo a autoconfiança e autoestima, implicando também maior desmotivação para o estudo. As avaliações servem para medir as demonstrações de conhecimento e não as características pessoais ou que se é.

3- Adquirir métodos de estudo
Em muitos casos, só tardiamente é que as crianças descobrem qual o método de estudo mais adequado para o seu caso. Sem muitas vezes saberem como devem estudar, é normal que se sintam um pouco à deriva e, a matéria não seja assimilada da forma mais eficaz, porque não estão a ser utilizadas as melhores estratégias de preparação para as avaliações. Certamente que não saber como estudar e ter frequentemente notas abaixo do esperado, enfraquece o nível de autoconfiança, perante as avaliações posteriores.

4- Evitar pensamentos negativos

Deixar de ter pensamentos negativos nos momentos de avaliação, tais como, “já não me lembro nada do que estudei”, “vai acontecer como no teste anterior”, “não vou conseguir", "não sei porque estudei tanto".
Os alunos nem sempre têm consciência deste tipo de pensamentos, nem da influência que os mesmos podem ter em situações de avaliação. Estes pensamentos são muitas vezes a causa dos seus bloqueios e o reflexo da sua a falta de confiança. É necessário ajudar as crianças a identificar estes pensamentos e a modificar este seu modo de pensar.

5- Aprender a gerir o tempo
A maior parte dos alunos tem muito tempo disponível, no entanto, a má gestão do seu tempo, impede-os de estudarem o tempo devido, porque só estudam em cima da hora. Outra consequência é desorganizar-se no período de tempo facultado para as provas de avaliação, acontece quando perdem mais tempo do que é suposto numa pergunta e depois não tem tempo para fazerem as restantes. Deste modo, é fácil perceber como a deficiente gestão pode causar ansiedade. 

6- Praticar exercício físico, dormir bem e ter uma alimentação saudável.
Para diminuir os níveis de ansiedade, os alunos devem adotar hábitos de vida saudáveis, de alimentação e repouso suficiente, principalmente na época de exames ou período de frequências.
Estes Ingredientes são indispensáveis para o bom funcionamento do organismo em geral, sendo também benéfico o cérebro melhorar a sua atividade e ser mais eficaz ao nível da memorização, atenção e concentração.
A pratica de exercício físico, melhora o bem-estar, devido à libertação de endorfinas e  o seu cuidado com o corpo facilita o aumento da autoestima e autoconfiança, fazendo com que sintam maior satisfação e harmonia interior.
A pratica regular de exercício físico, renova a energia e contribui para reduzir os níveis de ansiedade.

Pela experiência que adquiri ao longo dos anos, relativamente aos casos de perturbação da ansiedade, nomeadamente em contexto escolar, posso afirmar que a ansiedade aos testes, pode ser reduzida durante os momentos de avaliação e que o aluno consegue melhorar o seu desempenho escolar, se tiver possibilidade de ter um acompanhamento que lhe permita desenvolver as competências necessárias. Especialmente os alunos mais ansiosos, aprender a lidar com a ansiedade numa situação de avaliação é a única maneira de ultrapassar esta fase com sucesso.

Quando os pais já tentaram ajudar e percebem que não conseguem resolver o problema, devem consultar um psicólogo experiente neste tipo de situações para acabar com este sofrimento constante e o agravamento desta sintomatologia ansiosa em situações de avaliação futuras.


Nas primeiras sessões de acompanhamento é realizada uma avaliação individualizada das necessidades e condicionamentos existentes na criança ou jovem, de modo a estruturar um plano de ação, por forma a desenvolver e consolidar as competências mais eficazes para que o aluno consiga alcançar o sucesso escolar desejado.