Saber dizer não é dificil, mas necessário.

Quando os pais não sabem como lidar com as reivindicações e têm dúvidas na forma como devem educar?

Se as crianças viessem com livro de instruções? Seria mais fácil saber qual a melhor forma de reagir, no momento, em que fazem birras, quando acordam a meio da noite com pesadelos, quando não querem ir à escola, quando não querem comer? Seria muito mais fácil saber a fórmula para educar melhor. No entanto, apesar de muitas dessas situações serem normais e fazerem parte do desenvolvimento normal da criança, não podemos esquecer-nos que educar é dar muito amor, mas também é ter de dizer Não! Com firmeza quando é necessário.

Estes são ingredientes fundamentais para a criança, crescer saudavelmente e aprender a desenvolver a capacidade de lidar com as frustrações, não só com as atuais, mas também com as futuras. Se não aprender isso em criança, vai possivelmente sofrer muito mais quando crescer. Impor limites é educar melhor a criança, por forma a ficar melhor preparada para lidar com as contrariedades futuras.

Saber dizer NÃO! Pode não ser fácil, mas é essencial, não só para desenvolver sentimentos de segurança e autoconfiança, como para facilitar a aprendizagem de interiorizar que não pode ter tudo o que quer ou quando se deseja. Ajuda a criança a fortalecer a resistência à frustração e a crescer de forma mais saudável, por desenvolver capacidade de se ajustar melhor à realidade. Permitindo que não cresça a viver no mundo de fantasia e de facilidades, evitando assim, que sofra mais no futuro, por não ter adquirido essa competência em criança. 

Os pais sentem muitas vezes receio de dizer NÃO! Porque ao contrariar as suas vontades momentâneas, pensam que a criança se irá sentir-se frustrada, mas a imposição de regras não traumatiza as crianças, só as ajuda a desenvolver as capacidades fulcrais para a sua vida futura, tais como, aprender a lidar com as contrariedades e a ultrapassá-las de forma mais eficaz, implicando sentir menos frustração quando determinadas adversidades acontecerem no futuro, por terem criado mecanismos de defesa em criança.

Dizer NÃO! Ajuda a criança a distinguir o seu comportamento, quando se porta bem e quando se porta mal e, a interiorizar as consequências das suas atitudes. Os pais devem ensinar que o mau comportamento, tem consequências negativas e quando se portam bem são elogiadas e admiradas.

Educar para se ser “bons pais” é perceber que existem momentos para dizer Não! Mas, que existem muitos outros para dar afeto e para elogiar o seu comportamento. Esta conjugação de amor e limites, permite que a criança adquira algumas das competências essenciais para poder crescer de forma salutar.

É fácil distinguir uma criança mimada e sem regras, de outra amada e com regras! O afecto ajuda a criança a sentir-se amada, mas se for com regras e limites, só contribui para a formação de uma boa autoestima, autoconfiança, autonomia e, para a saber comportar-se nos seus grupos de pertença, aumentando a possibilidade de a ser melhor aceite pelos pares.

Quando é uma criança mimada e não tem regras e limites, frequentemente tem comportamentos desajustados em qualquer local, seja na escola ou em casa, faz birras por tudo e por nada, não respeita nem os pares, nem os adultos à sua volta. A criança é desorganizada internamente, não tolera a frustração, nem desenvolve amor próprio.
  
Educar com amor é saudável e impor regras é organizador, apesar de alguns pais recearem que quando não satisfazem todos os desejos, a criança se torne infeliz, deixe de gostar deles ou sentem que não estão a ser “bons pais”. Essa dificuldade acontece, muitas vezes, porque os próprios pais não sabem lidar com o facto de sentirem os filhos frustrados. 

Amar a criança não é proteger em demasia, não é ser severo e rígido, mas dar afeto e impor limites na altura certa, facultando uma melhor preparação para enfrentar as vicissitudes futuras e para crescer mais feliz!

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