Sinais de violência no namoro



É preciso que todos os que lidam com as crianças, denunciem este tipo de abuso e agir sempre! As agressões verbais ou físicas podem acontecer com qualquer criança ou adolescente, sendo por isso necessário que pais, professores ou colegas estejam atentos aos sinais, tomar medidas para ajudar o jovem a sair dessa situação de violência e acabar com o seu sofrimento. 

Não podemos deixar que este tipo de violência continue, temos todos o dever de ajudar a quebrar este ciclo, fazê-los sentir que este comportamento é o auxílio dos incompetentes, é preciso agir para diminui a violência no namoro. Em Portugal existe um em cada quatro jovens que são vítimas de violência no namoro.

A violência pode ser física e/ou psicológica, incluir ameaças, humilhações ou abusos sexuais, sendo geralmente desencadeada por ciúmes, uso de álcool/drogas ou por perturbações psicológicas.

A violência na relação amorosa é cometida por um dos parceiros, quando um dos pares exerce poder e controlo sobre o outro com o intuito de alcançar o que deseja.

Sinais frequentes:

• Marcas no corpo

• Auto culpabilização

• Baixa auto-estima

• Isolamento social

• Piores resultados na escola

• Irritabilidade

• Tristeza

• Ansiedade

• Depressão

• Perda de apetite

• Ideias de suicídio

Pode ser importante procurar ajuda especializada, por forma a minimizar o seu sofrimento, ajudá-lo a reparar os danos causados na sua autoestima. Essa ajuda permite-lhe desenvolver recursos para evitar que no futuro, perceba os sinais para evitar entrar em relações violentas e terminar com este ciclo vicioso.

Partilho em seguida um artigo que considero importante sobre  violência no namoro.


Um em cada quatro jovens acredita que a violência no namoro é normal.
Quando o assunto é violência no namoro o objectivo é estabelecer os limites entre o que é amor e o que é violência. Embora pareça simples, nem sempre as pessoas têm noção desses limites e muitos vivem relações violentas convencidos de que é tudo normal, de que é amor.

Um estudo da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) concluiu que mais de um quarto dos jovens considera a violência psicológica algo natural e cerca de 31% dos rapazes acha legítimo pressionar a parceira para ter relações sexuais.


Um estudo realizado no âmbito do projecto Artways – Políticas Educativas e de Formação contra a Violência e Delinquência Juvenil comprovou isso mesmo concluindo que 27% dos jovens inquiridos consideram normal a violência psicológica e, pelo menos, 7% já foi vítima de agressão física. A violência psicológica é, por vezes, a que passa mais despercebida, mas que pode acontecer de várias formas que podem até ser muito simples. Actos como pegar no telemóvel do companheiro sem autorização ou proibir o uso de determinadas peças de roupa são considerados normais numa relação. “Parecem inócuos, mas a ideia de controlo, de que o meu namorado é minha posse, já são sinais de violência”, avisa Maria José Magalhães, presidenta da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR).


O estudo apoiado pelo Programa Cidadania Activa da Fundação Calouste Gulbenkian apresentou esta terça-feira os primeiros resultados. Depois de questionar 456 jovens de 32 escolas do distrito do Porto, entre os 11 e os 18 anos, os resultados não foram animadores. Para além de avaliar se os jovens já experimentaram situações de violência no namoro, analisou também a sua perspectiva sobre o assunto: o que achavam de determinadas atitudes dentro de uma relação, o que era considerado violência e o que era considerado normal.


A violência psicológica não é a única a ser considerada normal. O estudo mostra que 63 dos 456 jovens inquiridos acham natural a violência física desde que não deixe marcas. Mas, a quantidade de rapazes a achar que a violência física é natural e legitimada é quase o dobro da quantidade de raparigas. Para Maria José Magalhães, o problema está na cultura do “amor cego”, “de que o amor significa posse, de que a paixão é irracional e de que as pessoas podem fazer o que quiserem com o outro.” “Para nós, esta cultura está na base do femicídio, da violência doméstica, da falta de respeito pelos direitos humanos em geral”, refere, alertando para os resultados do inquérito sobre a reacção dos jovens depois da agressão: pelo menos 12% diz que acabou por perdoar o/a agressor/a e pelo menos 8% diz não ter dado importância ao sucedido, apenas 4% optou por pedir ajuda.


Entre as respostas, destaca-se ainda o facto de 31% dos rapazes contra 10% das raparigas considerar legítimo pressionar para ter relações sexuais. Aliás, 2% dos jovens considera já ter sido vítima deste comportamento. Com os dados obtidos no estudo, a presidente da UMAR conclui que o trabalho que tem sido desenvolvido nesta área "ainda não é suficiente, precisamos de mais”.


O projecto Artways tenta dar um passo em frente na necessidade de consciencialização para a violência no namoro. Durante o ano lectivo 2014/2015 realizaram 15 sessões com os alunos das 32 escolas inquiridas com o objectivo de utilizar a arte para alertar para o assunto. Mais do que remediar, a UMAR pretende prevenir, “temos de intervir logo desde já o junto dos eventuais futuros agressores”. Encontraram, para isso, a resposta na arte. A intervenção junto dos jovens, nas escolas, tem sido feita com recurso à música, teatro, jogos didáticos, vídeo, entre outras formas de expressão. O “sermão e missa cantada” são formas de ensino que aqui não funcionam, “talvez na escola e no sistema judicial, mas não desta forma com os adolescentes”.

A UMAR apela à necessidade de pedir ajuda, saber o que se deve fazer e a quem, “a sociedade ensina que as pessoas devem ser assertivas, independentes. A verdade é que também é preciso ensinar solidariedade e a necessidade de falar, de pedir ajuda”. Dados da PSP mostram o número de participações de casos de violência no namoro aumentou para o dobro de 2013 para 2014, registando mais de quatro participações por dia em 2014.

Texto editado por Andrea Cunha Freitas no Jornal Público

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