Menor fracasso maior sucesso

Lidar com os fracassos difunde os Sucessos

                                                                     

A dificuldade em lidar com os fracassos escolares, aumentam a possibilidade das crianças reforçarem o medo e a ansiedade, desencadeando outro tipo de emoções, tais como: desespero, culpabilização, inaptidão que contribuem para agravar a sua visão das consequências, ou seja, passam a exagerar as suas falhas, exemplos evidentes disso é quando vão realizar um teste, entram na sala e dizem "vou esquecer-me de tudo o que estudei" ou "quando chegar a minha vez para apresentar o trabalho vou bloquear e não vou conseguir dizer nada", "acho que estou a ficar com uma branca",  entre outras. 

No momento em que recebem uma avaliação negativa, começam logo a pensar que tudo o andaram a estudar foi uma perda de tempo, que era melhor não terem estudado. Quando isso acontece, o seu sentimento de derrota é tão intenso que desmotivam e perdem a vontade de continuar a estudar para os restantes testes. 

O seu grau de sofrimento aumenta à medida da inexperiência em determinada situação. Quando se faz por exemplo um exame final pela primeira vez e a avaliação é negativa, o seu sofrimento nesse momento aumenta, porque começa a pensar que não tem as capacidades necessárias e que assim sendo também não vai conseguir passar nos outros exames. Na altura em que vai realizar o exame seguinte a sua ansiedade é tão elevada que efectivamente não lhe permite ter a mesma fluidez de ideias.

Mas quando as expectativas de sucesso são muito acima das suas capacidades, também contribuem para o insucesso, aumentam o sentimento de fracasso e o sofrimento em situações posteriores. Posteriormente, este processo faz com que coloquem em duvida permanentemente, as suas reais capacidades, a experienciar sentimentos de insegurança e, a aumentar o grau de ansiedade. Todos estes sentimentos associados aos fracassos podem afectar uma percepção equilibrada dos resultados. Consequentemente, à medida que centram o seu pensamento nos insucessos alcançados, o valor atribuindo aos sucessos diminui, acentuando a sensação de fracasso. 


Estratégias para lidar com o fracasso:

. Ter períodos estruturados para estudar, para descansar e para se distrair. Todos os momentos são importantes para a interiorização das aprendizagens;

. Numa fase consecutiva de testes, por exemplo no fim do ano lectivo, perceber e aceitar que as crianças têm menor motivação e alguma quebra no empenho quando estão a estudar, derivado do cansaço acumulado característico deste ciclo- Estudar, aulas, testes, estudar, testes…

- Entender que a criança não tem de gostar, nem demonstrar o mesmo interesse em todas as matérias, e que existem sempre algumas temáticas em que revela maior dificuldade;

.Valorizar as avaliações positivas, elogiando o seu empenho no estudo. Mesmo quando tem negativa, se a criança demonstrou esforço, mas mesmo assim não conseguiu, é igualmente importante dar-lhe uma palavra de conforto e transmitir confiança;

- Evitar por exemplo que quando tem resultados de 49% não atribua o mesmo valor de 50%. Assim o seu sentimento de insucesso é mais reduzido;

- Quando existe frequentemente muita dificuldade em lidar com a frustração, mesmo que não comprometa o seu empenho ou os seus resultados escolares, mas manifestar grande sofrimento em lidar com os momentos de insucesso, procure ajuda especializada para ajudar a criança a aprender a lidar melhor com essas situações, por forma a não ficar com esse sentimento de incapacidade mais vincado e afete o percurso escolar posteriormente.





Existem algumas motivações salutares que devemos desenvolver nas crianças, sendo a motivação interna a melhor competência para conseguir alcançar o sucesso.

Quando ajudamos a criança a desenvolver motivação intrínseca, estamos a ajudá-la a criar bases para que consiga realizar todas as atividades e ações por si própria, pelo prazer que daí retira e quando tem essa capacidade, não realiza as tarefas porque alguém assim o determina, mas porque essa é a sua vontade. Acontece quando a criança faz algo, pelo sentimento de satisfação, que a própria ação lhe proporciona. 

A sua motivação social desenvolve-se quando ajudamos a criança a ter consciência que quando tem bom comportamento, consegue admiração, reconhecimento e aprovação das pessoas de quem gosta, esta é a melhor gratificação que pode retirar na sua relação com os outros. Desta forma aprende a desenvolver competências sociais saudáveis. 

Os pais para desenvolverem motivação intrínseca ou social, devem evitar oferecer recompensas materiais pelo seu bom comportamento. Quando isso acontece a criança só aprende a desenvolver motivação material, habitua-se a receber recompensas materiais, faz algo ou tem determinados comportamentos, porque sabe que vai receber algo em troca. 

Deste modo, se a motivação da criança for material, as suas atitudes não são para se sentir bem, nem proporcionam prazer a longo prazo, mas satisfação imediata. A sua iteração social e o desejo de agradar aos outros, ficará sempre dependente  da recompensa material que os outros lhe podem oferecer. 

Os pais devem evitar oferecer recompensas materiais, pelo bom comportamento da criança, se isto acontecer as competências que aprendem a desenvolver e o seu comportamento, ficam dependentes das recompensas materiais. A sua motivação passa a estar relacionada com a motivação material. A criança aprende a agir em função do bem material que irá receber e esse tipo de gratificação proporciona sensações de satisfação externa que é fútil e imediata. A criança deve ser ajudada a retirar das suas interações prazer interno. É esse prazer  que futuramente favorecem a construção de relações sólidas e sentimentos de satisfação duradouros que contribuem para o seu desenvolvimento saudável.

Maria Pascoal

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