Andreia Azevedo, psicóloga clínica e investigadora, está preocupada com a falta de psicólogos nas escolas face ao aumento da incidência da depressão crónica nos jovens entre os 15 e os 18 anos. Na opinião daquela profissional, o psicólogo escolar "tem um papel importantíssimo na detecção e encaminhamento de situações problemáticas", bem como na resposta às necessidades educativas especiais. A psicóloga defende que a intervenção precoce, ou seja, a detecção e tratamento dos primeiros episódios depressivos,pouparia ao Estado cerca de 1,6 milhões de euros por ano. A Depressão na Infância e na Adolescência é o tema do congresso nacional que se irá realizar, no sábado, 23 de Maio, em Pombal, no distrito de Leiria.
Promovido pelo Núcleo de Intervenção em Saúde Mental (Psivalor), e dirigido por Andreia Azevedo, o congresso contará com 14 intervenções proferidas por pediatras, pedopsiquiátricos e psicólogos clínicos e educacionais, distribuídas por painéis que abordarão desde a epidemiologia à prevenção e ao tratamento. Além disso, será encerrado com a intervenção do Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa. 
Andreia Catarina Azevedo, que é, desde 2012, investigadora no Centro de Investigação do Núcleo de Estudos e Intervenção Cognitivo-Comportamental da Universidade de Coimbra, está a elaborar a sua tese de doutoramento com o projecto "Depressão na Adolescência: um novo paradigma de tratamento". A investigadora cita os mais recentes números da Organização Mundial de Saúde e da Direcção-Geral de Saúde para realçar que "a prevalência e incidência da depressão têm vindo a aumentar de forma significativa" o que leva a crer que "em 2030 ela seja a principal causa de incapacidade em todo o mundo".
Apesar de reconhecer que os hospitais se apetrecham de médicos da especialidade, como psiquiatria e pedopsiquiatria, a investigadora alerta que "na verdade são em número escasso, faltando ainda outros técnicos". "Ainda não se percebeu a importância da psicoterapia nos problemas de saúde mental e, por isso, continuamos a ter muitos serviços sem esta resposta ou a oferecê-la por clínicos sem a devida preparação e experiência", frisa. Além disso, acrescenta que "temos de reduzir urgentemente os tempos de espera pelas consultas de especialidade, bem como aumentar as respostas de internamento, particularmente ao nível da psiquiatria da infância e adolescência".
Por Orlando Cardoso in Blastingnews dia 21/5/2015