A Perturbação de oposição e desafio – POD, pode ser caracterizada como, um padrão persistente de comportamentos desobedientes e desafiadores, apresentados pela criança nas suas relações interpessoais, especialmente com figuras de autoridade, tais como, pais e professores, mas também se manifesta com os seus pares.
É considerada POD, no caso de a criança ultrapassar os limites constantemente (sem ser considerado como “mau comportamento”) e se os sintomas persistirem pelo menos durante 6 meses, onde estão incluídas as seguintes atitudes:
1-Tem problemas frequentes na escola:
2-Perde facilmente o controlo;
3-Desafia os adultos constantemente;
4-Incomoda os outros intencionalmente;
5-Contesta e recusa-se a cumprir regras;
6-Culpabiliza quase sempre os outros pelos seus erros;
7-Zanga-se facilmente é pouco paciente;
8-É vingativo e rancoroso;
9-Tem poucos amigos;
Estes comportamentos influenciam negativamente as suas interações sociais, especialmente com as crianças da mesma idade, pelos frequentes conflitos e discussões que ocorrem nas brincadeiras. Consequentemente, os colegas acabam por manifestarem sentimentos de rejeição pelas crianças que apresentam esta perturbação, o que contribui para diminuir a sua autoestima, pelo facto de ser muitas vezes colocada de parte.
Como lidar melhor com comportamentos opositores?
Em casa e na escola, os adultos sentem grande
dificuldade em lidar com estes comportamentos e em gerir as suas próprias
emoções, sendo por este motivo, ainda mais difícil, ensinar estas crianças a
comportarem-se adequadamente. As crianças com POD precisam de ordens firmes, no
entanto, nunca deve ser esquecida a sua grande necessidade de afeto.
Estratégias que ajudam a lidar melhor com as crianças:
1-Falar com tom de voz calmo e tranquilo – Evite
irritar-se ou falar com tom de ameaça.
2-Dar ordens simples e concretas – Se der explicações
complexas, a criança tem tendência para se dispersar quando a é mensagem transmitida. Deve
dizer-lhe de forma especifica que comportamento espera da dela em
determinada situação.
3-Utilizar linguagem simples e adequada à idade da
criança – Garante melhor transmissão da mensagem.
4- Estabelecer ordens de forma clara e assertiva – Na
altura em que está a impor uma regra, transmita o que deseja de forma direta.
Nunca pergunte à criança se quer ou não fazer determinada tarefa, quando
pretender que seja executada.
5-Manter contacto visual – Aumenta a possibilidade de
perceber que a criança entendeu o que lhe foi pedido. Solicitar à criança para
repetir a ordem que lhe foi dada, ajuda-nos a ter certeza de que foi compreendida.
6-Os progenitores devem ter a mesma atitude – Se os
pais têm atitudes diferentes em relação à criança ou se divergem de dia para
dia, só confunde a criança e pode até utilizado para a criança manipular os pais.
7- Evitar impor regras antes do tempo – As ordens
devem ser sempre que possível, referidas no momento em que têm de ser
cumpridas, evitando também a antecipação do conflito.
8- Elogiar o comportamento da criança – Em todas as
situações deve ser elogiado e reforçado o comportamento desejado. As crianças
fazem de tudo para ter atenção e se têm essa atenção quando se portam bem,
aprendem uma nova forma de ter atenção, aumentando a probabilidade de manter
comportamentos adequados. Se a criança só tem atenção quando faz disparates,
vai continuar a procurar atenção, mesmo que seja pela negativa e a manter
comportamentos desadequados. Evite sempre que possível atitudes negativas.
9-Oferecer opção de escolha sempre que possível –
Discriminar bem as opções e as consequências, permite à criança sentir maior
responsabilidade da sua escolha. Explicar a causa-efeito ajuda a criança a
desenvolver competências de autorregulação.
O meio ambiente exerce um poder muito grande sobre o
emocional das pessoas em geral, sejam elas crianças ou adolescentes.
Se os sintomas persistirem para além de um período superior a 6 meses ou se são muito violentos e intensos, procure um psicólogo para compreender o que se passa com a criança e evitar que esta perturbação não deixe sequelas no seu desenvolvimento. A psicoterapia pode ser importante, não só para a criança aprender a lidar melhor com as emoções e minimizar as dificuldades na sua interação social, como para ajudar os pais a educar melhor uma criança com POD, por ser uma perturbação que além de ser difícil de lidar é muito desgastante.
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