As
birras fazem parte do crescimento normal da criança, apesar de levarem muitos
pais a perderem o controlo quando a criança começa a fazer uma birra. Nesses
momentos é frequente choramingarem, gritarem, atirarem-se para o chão, amuarem
ou terem atitudes de teimosia, entre outras atitudes. Quando as birras
acontecem num local público, causam frequentemente grande embaraço aos pais e
nem sempre se sabe qual a melhor forma de agir perante uma situação deste tipo.
Por esse motivo, decidi reunir algumas sugestões eficazes, não só para atenuar
as birras como para ajudar os pais a não se descontrolarem neste tipo de
situações.
1-
Entender o motivo das birras – As crianças precisam de exteriorizar os seus
sentimentos e emoções para isso precisam de espaço e de tempo. É importante, os
pais terem consciência que muitas vezes as birras, são a única forma que as
crianças conhecem para exteriorizarem as suas emoções.
2-Perceber
o que a criança está a sentir - Fale com a criança num tom calmo, evite
irritar-se ou gritar, caso contrário a birra também tende a acentuar-se. O comportamento dos pais perante uma birra, é extremamente importante, o mesmo
pode contribuir para acentuar ou diminuir a intensidade da birra. Quando os
pais conseguem agir de modo mais tranquilo, ajudam a criança a desenvolver
melhor autocontrole.
3-
No momento em que a birra acontece - tente manter-se calmo, não focalize a sua
atenção nas atitudes da criança, tente antes encontrar uma maneira lúdica de a
distrair. Pode fazer ou dizer uma piada, perguntar-lhe algo sobre um tema do
seu interesse, como pelos cromos que faltam na caderneta, pelo seu desenho
animado favorito, pela festa de anos do seu amigo, no passeio que vão fazer a
seguir, na ida ao parque. As crianças são fáceis de se distrair, seja criativo e
descubra quais as que funcionam melhor nesses momentos e quais as estratégias
que podem ser eficazes numa próxima birra.
4-
Birra num local público – Os pais devem sempre que for possível, ir com a
criança para um local menos exposto e tentar perceber ela está a sentir. Nesse
momento, se pensar que a criança vai precisar de alguns minutos para
exteriorizar o que está a sentir, até se acalmar, ajuda os progenitores a
encarar melhor a situação e a permanecerem mais calmos.
5-
Reconforte a criança - Um abraço, um beijo ou miminho – Esses gestos carinhosos podem ajudar a criança a ficar mais calma, a sentir-se mais
tranquila, segura e amada. Evite zangar-se ou dizer-lhe frases que contribuem
para diminuir a sua autoestima, tais como, “estás a ser feia”, “Na próxima vez
não vens comigo”, “os meninos não choram”, “estão todos a olhar para ti” e nunca
se deve bater numa criança. Todos os comportamentos mais agressivos e hostis,
só diminuem a autoestima e autoconfiança da criança e influenciam negativamente
o seu crescimento. Quando os próprios progenitores não sabem manter autocontrole,
como podem exigir autocontrole à criança?
6-
Atenção às necessidades básicas – Quando a criança está com sono, fome ou sede,
podem contribuir para desencadear uma birra. Assim antes de sair de casa, se
perceber que a criança, não tem as suas necessidades satisfeitas, procure adiar
a saída ou não a leve consigo.
A vida familiar é a nossa primeira escola para a aprendizagem emocional. Algumas sugestões para desenvolver inteligência emocional ao seu filho.
1. As interações familiares e escolares são fulcrais para o desenvolvimento da inteligência emocional.
É importante não esquecer que os educadores funcionam como modelos, por isso, devem saber comunicar eficazmente e manter o autocontrole, quando surgem os obstáculos.
As crianças aprendem essencialmente a agir e a ser, através da observação do comportamento dos educadores, por isso é necessário dar-lhes o exemplo.
Os educadores nunca devem camuflar os seus sentimentos, mesmo os negativos, as suas dúvidas ou falhas. Não devem passar a imagem de que sabem tudo ou que sabem resolver de imediato todos os seus problemas. Assim, facilitam a aprendizagem de que é necessário, pensar muitas vezes para se encontrar a solução certa.
Mudar é difícil, mas se queremos que as crianças mudem, os adultos também precisam de modificar o seu próprio comportamento para que as mudanças sejam efetivadas. Os pais são o seu modelo de referência, sendo para isso necessário darem o exemplo.
2. Ensinar competências não é suficiente, educadores devem praticar com as crianças no dia-a-dia para que fiquem interiorizadas. Os educadores têm de ajudar as crianças a centrarem sua atenção, nas competências já adquiridas. Este processo é facilitado se a criança for elogiada, sempre que faz o que esperam dela.
3. Parafrasear, isto é, exprimir a mesma ideia por palavras diferentes. Ajuda as crianças a sentirem-se compreendidas. Ao falar com a criança, se repetir as palavras que ela utilizou, fica com a certeza de que é isso que ela pretende transmitir e ajuda-a a sentir-se compreendida.
4. As crianças precisam de ser orientadas mas não que os pais tomem decisões por elas. A ajuda que os pais deve basear-se na analisar das decisões, procurando alertar para as consequências de cada escolha.
A orientação dos pais deve incidir nos seguintes aspetos:
a)Definir objetivos;
b) Identificar os problemas inerentes;
c) Avaliar as consequências das escolhas;
d) Elaborar estratégias para os alcançar.
Esta abordagem é mais eficaz, se os educadores forem efetuando questões sobre a atitude da criança perante o problema. Não devem transmitir de imediato o que devem fazer em determinada situação. Desta forma, as crianças são ajudadas a alcançar os objetivos que eles pretendem por motivação interna e, não agem em função do que os educadores pensam ser o melhor para eles.
Deste modo, a criança desenvolve melhor as competências essenciais, evitando como acontece muitas vezes, em que os pais pensam por eles e, a sua motivação passa a ser externa, tomando atitudes não por sentirem que é essa a sua vontade, mas porque os pais assim o desejam. As crianças quando tomam decisões, por escolha dos pais, sentem-se muitas vezes insatisfeitas.
Deste modo, a criança desenvolve melhor as competências essenciais, evitando como acontece muitas vezes, em que os pais pensam por eles e, a sua motivação passa a ser externa, tomando atitudes não por sentirem que é essa a sua vontade, mas porque os pais assim o desejam. As crianças quando tomam decisões, por escolha dos pais, sentem-se muitas vezes insatisfeitas.
A regra mais importante da Inteligência emocional, faça aos seus filhos o que gostava que os outros lhe fizessem.
Cuide de si e da sua família!
Maria Pascoal.
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